Autor: Nietzsche, Friedrich. Editora: Saraiva de bolso.
|
“Neste dia perfeito, em que tudo amadurece e não apenas as uvas se tornam douradas, um raio de sol cai justamente sobre a minha vida: olhei para trás, olhei para frente, e nunca vi ao mesmo tempo tantas e tão boas coisas. Não foi em vão que hoje sepultei o meu 44° ano, era-me permitido sepultá-lo — o que nele era vida está salvo, é imortal. A “Transmutação de todos os valores, os “Ditirambos de Dioniso” e, para recriação, o “Crepúsculo dos ídolos” - tudo prendas deste ano, e até do seu último trimestre! Como não deveria estar reconhecido por toda minha vida? Eis por que a mim próprio narro a minha vida.”
Uma visão sobre si mesmo e o mundo que o cerca. Nesta obra autobiográfica, Nietzsche em seus últimos momentos de lucidez antes do agravamento da doença venérea, exemplifica-se toda a sua formação desde o seu passado até o presente e critica sem hesitação alguma a sociedade alemã, grandes filósofos, a moral e até a sua própria família em capítulos sugestivos.
- Por que sou tão sábio? - Relata os seus primórdios, o período do magistério, a família, a relação e a morte de seu pai.
- Por que sou tão sagaz? - Relata a sua visão negativa perante ao idealismo e a religião, demonstrando que Deus - como razão de todas as respostas - é grosseria e o ateísmo é não uma consequência da racionalidade, mas sim um instinto.
- Por que escrevo tão bons livros? - O autor explica detalhadamente o período e os motivos que o levaram a escrever as suas principais e mais importantes obras. Cita breves comentários sobre Karl Marx, Schopenhauer, entre outros e os contrasta com suas ideias.
- Por que sou um destino? - Por fim, finaliza com sutis críticas a cultura alemã, alegando esta ser totalmente idealista, com suas palavras: indigesta, e a moral cristã como signo de decadência. Entretanto, se autoafirma como psicólogo e o primeiro filósofo trágico - cujo diferencial é dizer sim à vida - diferentemente dos pessimistas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário