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domingo, 16 de junho de 2013

Resenha do livro "O Alienista" de Machado de Assis.

Autor: Assis, Machado de. Editora: Saraiva.
O Alienista, teve uma das suas primeiras publicações em 1882. A história ocorre em meados do século XIX e tem como centro temático os problemas da loucura. O enredo da história gira em torno do Dr. Simão Bacamarte, um importantíssimo médico que após conquistar grande respeito na sua carreira de maior médico do Brasil, de Portugal e das Espanhas, retorna à sua terra natal. Passa a dedicar-se ao estudo da ciência e alterna com as leituras. O médico casa-se com a até então viúva, D. Evarista, que não era bonita e tampouco simpática. Mas ao ver de Simão, esta poderia lhe gerar bons filhos robustos e inteligentes, que nunca chegaram.

Continua os estudos da medicina e se interessa pela neurologia, em específico a sanidade e a loucura humana. Teve a inovadora ideia de criar um Centro de Tratamento Psicológico, sendo indubitavelmente apoiado pelo governo e arduamente criticado pela vila. A medida em que o tempo passa, Bacamarte aprofunda-se ainda mais nos estudos e passa a recrutar impulsivamente mais e mais pessoas à Casa Verde - como é denominada, no livro, o asilo, a casa de Orates.

Passa a perceber que no asilo há mais pessoas do que fora dele, e começa a divagar se os verdadeiros loucos são aqueles que “gozavam do perfeito equilíbrio de suas faculdades mentais”. Passou a recrutá-los. Logo depois, passou a perceber que os cérebros recentes curados eram desequilibrados como os outros, e que em cada cérebro havia sanidade e loucura. O alienista os botou para fora. Depois dessas conclusões e de ter dado à cura aos moradores da vila, Simão não cessou e continuou a reflexionar até descobrir uma nova teoria. Achou em si, as características do perfeito equilíbrio mental e moral.

A narrativa é um pouco rebuscada, típica dos livros Machadianos. Porém é uma obra divertidíssima e prende a atenção do leitor. É um livro curto, cinquenta e cinco páginas (na minha edição) e é, de certa forma, uma prévia do que foi realmente o Realismo Brasileiro. Não deixa de ser um livro gostoso e saboroso, porém é preciso ter certa cautela ao lê-lo para notar a ironia de Machado de Assis, quando deixa implícito a hipocrisia do ser humano em pensar apenas no seu próprio prestígio e critica, também, à sociedade burguesa da época.

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